domingo, 21 de dezembro de 2008

Querido Pai Natal

Querido Pai Natal:
Escrevo-te para fazer, digo, elaborar a minha carta anual de pedidos.
Este ano não quero nada de especial... mentirinha.. só estava a brincar contigo para te deixar bem-disposto e me fazeres todas as vontades.
Agora a sério... estive a pensar nos meus pedidos e, este ano, preciso de muita paciência. Para quê? É que todos os meus verdadeiros sonhos são difíceis de concretizar, logo preciso de muuuuita paciência para esperar pela sua concretização.
Também não me importo de ter uma boa dose de bom humor. Não que eu esteja muito insatisfeita com aquele que eu já tenho, mas no estado que está o meu país, só com muitíssimo bom humor é que uma pessoa se vai mantendo por aqui...
Quero ainda ter sempre emprego... às vezes até é um bocado chato ter que levantar-me cedo e tudo e tudo e tudo, mas quero ter sempre um emprego para dar o exemplo aos nossos políticos... afinal alguém tem de trabalhar, certo??
Desejo, acima de tudo ter muita saúde. Esta nem é preciso explicar, mas devo relembrar o preço a que estão as consultas particulares... sim... porque se esperar pelo atendimento médico público, nem com toda a paciência e bom humor que tu me possas oferecer, consigo aguentar os 350 anos de filas de espera típicas deste serviço.
Vou esticar-me um pouquinho nos meus pedidos e vou pedir oportunidade para viajar!!! Assim, além de conhecer novas culturas, blá blá blá, sempre posso fugir das misérias que às vezes encontro no meu Portugal e arranjar ainda mais termos de comparação para poder criticar a política que se vai fazendo por cá.
E que tal um pouco de justiça? É que aqui na minha terra não há mesmo nenhuma, nenhuma, nenhuma. Não é como aí na Lapónia em que nenhuma rena que cometa um crime está mais de 1 mês sem julgamento. Às vezes até penso que em Portugal, a nossa justiça, em vez de usar o sistema de horário normal, rege-se pela escala de tempo astronómico... anos-luz, se é que me entendes ("ah e tal, este julgamento foi bastante rápido, despachámos isto somente em dois anos-luz...").
É verdade!! Quero também um pouco de esperteza! Confesso que nunca pensei em desejar isto. Achava que inteligência era suficiente, mas ultimamente ouvi tantas vezes que, para se sobreviver neste país, só mesmo os que tinham muita esperteza... que talvez não seja mau eu ter também alguma...
Bem... já me alonguei bastante, desculpa a extensão dos pedidos, mas acho que são todos pertinentes.
Desejo-te um bom Natal, não te esqueças de beber Red-Bull na noite de 24, pois assim consegues continuar a voar mesmo que as renas se cansem (não te fies na gasolina para o trenó funcionar, é que apesar de já estar mais barata, a coisa ainda continua preta!). E já agora espero que o ano de 2009 seja menos labiríntico (nem sei se existe a palavra... mas já reparaste no movimento da mão, quando escrevemos o número 8?? Damos voltas e voltas e, quando damos conta, já estamos a passar o lápis pelo que já está desenhado... é tal e qual como o ano que está a acabar!!)
Agora é que vou mesmo terminar.
Adeus e até para o ano!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Quando já não houver ninguém chamem-me

Todos nós já oferecemos um jantar ou organizámos uma festa em nossas casas. Se tal nunca aconteceu, certamente já fomos nós convidados de alguém. E qual o ritual nestas alturas? Limpa-se a casa, compram-se flores, acende-se umas velas... Fica-se à espera que tudo esteja perfeito para quando as pessoas chegarem.
-"O que dirão todos?"
Entretanto os convidados chegam. Entram inibidos, em silêncio e em marcha lenta. Olham em redor e reparam nas pessoas que já lá estão.
-"Será que já me viram?"
Encaminham-se para um canto, juntam as mãos ou cruzam os braços e observam as fotografias expostas. Observam tudo o que está ao lado e comparam todos os objectos expostos com os seus próprios.
Entretanto, outras pessoas se aproximam. Cumprimentam-se formalmente. A dada altura estão todos a ouvir os comentários dos convidados ao lado.
-"Olha para isto! Só material bom!"
-"Bem que podiam pôr uns arranjos mais bonitos e maiores!"
Quando damos por nós, já estamos saturados de ali estar e até já esquecemos o objectivo principal daquela festa. Já não aguentamos aquelas conversas sempre iguais e os olhares curiosos na nossa direcção.
-"É assim. Todos viremos aqui parar!"...
Esta semana foi dia 1 de Novembro. E tudo isto aconteceu.
Esta semana foi dia 1 de Novembro e eu não saí de casa. Há certas festas, em que eu não gosto de participar.
Fiquei em casa a pensar e relembrar os convidados de honra. Quando já não houver ninguém chamam-se e, aí sim, eu vou acender uma vela e ajeitar as flores...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

E por vezes

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão Ferreira
_________________________________
Bem... confesso que não tenho tido muito tempo para escrever no meu blog e, para minimizar essa minha falha, deixo aqui o meu poema preferido. Um poema fabuloso, profundo e com uma "melodia" mágica...
Enjoy!!

domingo, 28 de setembro de 2008

Brother and sister, together we'll make it through

Brother and sister, together we’ll make it through. Someday a spirit will take you and guide you there,I know you've been hurting, but I’ve been waiting to be there for you, and I'll be there just helping you out whenever I can...
Ontem trataram-me por "irmã". Não seria nada de especial, caso eu não fosse filha única!
Sempre achei estranho o que seria ter um irmão de verdade, o que seria essa relação entre duas pessoas "com o mesmo sangue".
- Que tipo de amor será esse? - perguntava-me muitas vezes.
Nunca tive grande vontade de ter irmãos até ao dia em que o mundo desabou nas minhas costas e a vontade de partilhar a dor fez-me ver a importância de ter irmãos. Cada decisão que fui obrigada a tomar, queria tê-la partilhado; assim como cada lágrima que derramei e cada dúvida que tive. Mas não tinha irmãos para isso...
Será?
Hoje percebo que, afinal, sei o que é amor de irmã. Tenho algumas pessoas neste mundo que eu adoro, com quem me preocupo, que eu quero ver feliz. Pessoas que me ajudaram e me continuam a ajudar, que me fazem rir, falar, pensar... que me encorajam e que me dão a mão. Pessoas que eu quero sempre perto de mim. Pessoas com quem passeio, com quem partilho, com quem canto, com quem brinco e faço palhaçadas...
Foi importante terem-me tratado por "irmã", pois assim percebi que também faço parte das suas vidas e que me vêem como alguém especial... afinal, não sou assim tão "filha única". E a minha vida faz muito mais sentido...

domingo, 7 de setembro de 2008

Há festa, há festa...

... Na minha aldeia!
Hum... ok... nem Lamego é propriamente uma aldeia, nem as fotos estão propriamente boas, mas a intenção é, com toda a certeza, a melhor.
Forasteiros que não conhecem as festas em honra de Nossa Senhora dos Remédios, aqui ficam algumas imagens da Batalha das Flores.
Para mais informações, apareçam nos dias 6,7 e 8 de Setembro! Animação garantida!






segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Indo eu, indo eu...

Depois de uma longa ausência, aqui estou eu novamente.
O porquê da minha ausência? Férias...pois claro!
Depois de desesperar à espera que chegasse o Verão (sem êxito!), decidi fazer férias assim mesmo. E desta vez cumpri o lema "vá para fora cá dentro". Vou então tentar fazer um resumo das minhas vacances.
Sair de casa e viajar de combóio. Visitar a minha comadre em Penafiel. Chegar a Aveiro. Dormir. Acordar cedo. Andar de moliceiro com o casaco vestido. Almoçar um peixe frito por engano. Ir à praia. Jantar uma morcela e um arroz doce divinais. Dormir. Acordar. Almoçar umas sardinhas óptimas. Perder um brinco. Achá-lo (obrigada!!). Viajar em direcção ao Sul. Visitar o Castelo de Leiria. Parar na maravilhosa Batalha. Descobrir onde fica Porto de Mós. Jantar uma pizza num local estranho e deserto. Dormir. Acordar cedo. Visitar umas fenomenais grutas de Mira D'Aire. Visitar Fátima. E Ourém. E o seu castelo. Descobrir as pegadas de Dinossáurios da Serra de Aire. Apanhar muito vento. Jantar. Dormir. Acordar cedo. Visitar Alcobaça. Manter-me de penetra, durante alguns minutos, num grupo de turistas ingleses para ouvir a explicação do guia. Chegar a Óbidos de casaco vestido. Percorrer as ruas e admirar as flores. Tirar uma fotografia a uns turistas ingleses. Escolher o restaurante para almoçar. Pedir sangria e não haver. Pedir entremeada e não haver. Esperar 45 minutos pela refeição. Meter conversa com um casal alemão/françês/inglês. Reclamar com as funcionárias do restaurante. Traduzir as queixas do tal casal. Almoçar finalmente. Tirar o casaco. Ver que a comida estava horrível. Ouvir as queixas dos anglo-franco-alemães. Vê-los a almoçar aquela comida intragável. Acabar de almoçar. Ver o dito casal a abandonar o restaurante sem pagar. Rir. Pagar um balúrdio por duas azeitonas e por um pão que não foi servido. Reclamar. Percorrer as muralhas. Ver que apanhei um escaldão enquanto almoçava. Ir até à praia da Foz do Arelho de túnica. Ouvir a abertura dos Jogos Olímpicos. Visitar S. Martinho do Porto. Jantar na Nazaré com um pôr-do-Sol fantástico. Regressar a Porto de Mós. Dormir. Acordar. Fazer as malas. Regressar ao Norte. Percorrer Espinho à procura da Pousada. Ir à praia de túnica. Cinema. Dormir. Acordar. Fazer malas. Almoçar na margem do rio Douro um bacalhau com natas mas a babar por francesinha. Procurar o combustível mais barato. Chegar a Lamego. Lanchar no sítio do costume. Ver finalmente alguma prova das Olimpíadas. Pingo Doce. Fazer uns camarões apetitosos. Ter uma péssima notícia. Dormir (...) Visitar a minha afilhada linda com 2 horas de vida.


E como dizem os meninos nas composições da escola: "E foram assim as minhas férias".


sexta-feira, 25 de julho de 2008

Era uma vez...

Era uma vez...

Num reino "bué bué" longe, havia uma menina ansiosa por terminar um importante trabalho que só poderia fazer na "sala dos sonhos". Todas as noites a menina sonhava que, num dia 23 de um futuro próximo, teria uma alegria muito grande e que iria concretizar esse enorme desejo.

Ao acordar, muitas vezes sentia-se triste porque achava que esse sonho nunca se concretizaria. Além disso, tinha uma madrasta muito má, chamada Impaciência e duas irmãs também muito malvadas chamadas Ansiedade e Exautão, que a tentavam desanimar de cada vez que viam a menina um pouco mais perto de realizar o seu sonho.

E viveu assim muitos meses, convivendo diariamente com a Impaciência, a Ansiedade e a Exaustão.

Até que um dia, encontrou uma fada-madrinha chamada Preserverança, que lhe prometeu ajuda. Assim, com a sua varinha de condão, deu à menina um vestido magnífico, cheio de pérolas, força, vontade e esperança e, além disso, entregou-lhe um calendário e disse:

- Vê que dia está marcado no calendário.

- 23! - respondeu admirada, a menina.

- Exactamente! É hoje que vais concretizar o teu sonho de há tantos meses. Olha em frente! Não tenhas receio, que tudo vai correr bem.

E assim foi. A menina respirou fundo, entrou na sala dos sonhos e nunca mais olhou para trás.

No final, quando voltou a sair, sentiu que tudo tinha valido a pena: mesmo a Impaciência, a Ansiedade e a Exaustão tinham sido importantes na sua vida, pois só assim conseguiu dar mais valor àquele momento tão especial.

Tinha chegado ao fim desta sua jornada!!

E nunca mais se esqueceu da sua fada-madrinha... a Preserverança!


The End


terça-feira, 22 de julho de 2008

Parte p'ra guerra com os olhos na paz

"É terça-feira e das cinzas talvez

amanhã que é quarta-feira haja fogo outra vez

o coração é incapaz de dizer "tanto faz"

parte p´ra guerra com os olhos na paz..."





E é já amanhã...

Calma... calma... calma...










segunda-feira, 7 de julho de 2008

O amanhã nunca morre

Amanhã é dia 8.

Será o 190º dia no calendário gregoriano e faltarão 176 dias para acabar o ano. Foi em 8 de Julho que Vasco da Gama iniciou a primeira viagem marítima da Europa à Índia. Foi a 8 de Julho que surgiram os rumores da queda de um OVNI em Roswell (USA). E foi a 8 de Julho mas de 1840 que nascia Manuel de Arriaga, o nosso primeiro Presidente da República.

Mas não é por isso que digo que amanhã é dia 8.

Amanhã é comemorável porque o amanhã é o futuro, porque o amanhã é a esperança, porque o amanhã é sempre um dia melhor.

Amanhã é dia 8.

Amanhã relembra-se o sorriso. Amanhã relembra-se a franqueza. Amanhã relembra-se a simplicidade. Amanhã relembra-se a alegria de viver.

Amanhã é dia 8.

Amanhã...

O amanhã nunca chegará para muitas pessoas... mas o "amanhã nunca morre", porque amanhã eu vou fechar os olhos e lembrar-me de ti a acordar e imediatamente a pedir os teus presentes; a apagares as velas depois de muito reclamares que as velas não eram para ti; a desembrulhares os presentes como se tivesses 5 anos; a dares-me um beijo de parabéns enquanto sorrias muito.

Amanhã é dia 8.

Amanhã faço anos. Tu também farias...

E, por isso, o "amanhã nunca morre"... porque és minha mãe para sempre...


terça-feira, 24 de junho de 2008

Return of the King

Algumas pessoas vão achar-me um pouco retrógrada, outros vão-me achar um pouco estranha, mas não faz mal. Eu sou... monárquica!
Por vários motivos.
Numa pesquisa rápida pela net encontra-se a seguinte informação: "Numa monarquia, é ao monarca que é confiada a chefia do Estado por herditariedade, ao contrário das repúblicas onde são os presidentes que recebem a confiança democrática da soberania popular que os poderá reeleger ou não por outro mandato".
Ora... começam logo aqui os meus argumentos.
...que recebem a confiança... Mas digam-me lá: que confiança é que existe hoje em dia na maior parte da pessoas que nos governam? Apesar de todas as sondagens, o que se vê actualmente é uma completa descreditação nos nossos governantes. Pelo contrário, em todos os países em que existe monarquia, as pessoas têm o maior respeito e confiança pela família real. Além disso, grande parte desses países são do mais desenvolvido que existe e são exemplo da dinâmica que deve ter uma nação e de como devem ser tratados os seus cidadãos. São países bem vistos por todos os outros, com um bom sistema de saúde, de ensino e de justiça. São países cujos habitantes têm orgulho na sua nação e nos seus representantes. São verdadeiros países!
Claro que muitos dizem: "e os gastos de uma monarquia?". É certo. Mas quantas vezes nós criticamos os gastos infindáveis dos nossos governantes em carros luxuosos e viagens?
E depois vem, quanto a mim, uma das principais características da monarquia que faz com que eu tenha esta convicção: o rei é uma pessoa efectivamente preparada para o seu cargo. Desde que nasce, é-lhe incutido o gosto pelo seu país, as tradições, a história... mesmo inicialmente não querendo, o futuro rei assimila toda a realidade da nação que vai chefiar.
Não quero, com tudo isto mostrar que sou completamente alheia ao que se passa no meu país. Muito pelo contrário: sempre fui votar (mesmo nos referendos e quando está a chover!), critico, elogio e tento fazer alguma coisa para melhorar o meu país.
Mas que acredito claramente na monarquia, ai isso acredito!

domingo, 8 de junho de 2008

Quero apenas 5 coisas

Não estamos prestes a entrar num novo ano, mas apeteceu-me fazer uma lista de certas coisas que anseio conseguir num futuro muito breve.
1. Quero deixar de ter medo!
(do que vem aí; do que já foi e, principalmente, do que nunca chegará!)
2. Quero deixar de pensar em coisas más.
3. Quero divertir-me à brava!!
4. Quero sentir-me bem comigo mesma...
5. Quero voltar a encontar o verdadeiro eu!
Será que conseguirei? Assim espero...

sábado, 31 de maio de 2008

Tudo é melhor que cinzento

Olho pela janela e vejo, novamente, as bandeiras nacionais nas fachadas das casas. A febre pela Selecção voltou!

Confesso que também eu sou uma adepta convicta da equipa das quinas: já tenho cachecol, bandeira (desta vez não na janela... ordens superiores!), calendário dos jogos à mão e alguma ansiedade e esperança num bom percurso. Muitos criticam esta euforia colectiva que se gera à volta do fuebol. Compreendo. Mas... e qual é o mal?

- O país tem problemas mais sérios. - dizem alguns.

É verdade.

- Os portugueses deviam era perder tempo com outras coisas!

É possível.

- Portugal não é só futebol.

Concordo plenamente.

Mas continuo a perguntar eu:

- E qual é o mal?

Como já deu para perceber, sou totalmente da opinião que Portugal é muito mais que a famosa realidade dos "três F": futebol, fado e Fátima. Revolta-me os milhões que se gastam em futebol quando há portugueses a viver em barracas e a morrerem por não terem assistência médica rápida e eficaz. Lamento que os portugueses só se unam em torno deste desporto e esqueçam todas as outras situações, muitas delas de crise, que o país atravessa. Penso tudo isto.

Mas volto a perguntar:

- E qual é o mal?

Sim... porque, apesar de tudo o que já disse anteriormente, também não vejo mal nenhum em ver um pouco mais de alegria neste país cinzentão. É bonito ver os portugueses a gritarem pela mesma causa, pelas mesma convicções, pelo orgulho nacional. E é bonito porque isso é uma demonstração que nós somos capazes de ir mais longe, que somos capazes de nos unir quando isso é necessário.

Viram o programa "Dança comigo especial" no último fim-de-semama? Afinal os portugueses não lutam juntos só pelo futebol. 360 mil Euros direitinhos para os centros de investigação dos IPOs do Porto, Lisboa e Coimbra! Não é um orgulho?

Ora, o que estou a tentar dizer, é que a euforia em torno da selecção nacional pode ser um ensaio para outras causas, igualmente viciantes.

E um pouco de alegria nunca fez mal a ninguém!

É bonito ver Portugal inundado de verde e vermelho (mais verde do que vermelho, espero eu!). Afinal, tudo é melhor que cinzento.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Pensar...

- Como vai isso?
- Mal.
- Mal de quê?
- Se vai mal, porquê acrescentar-lhe ainda uma razão para ir pior?

Vergílio Ferreira. Pensar
Nunca devemos piorar as coisas... o tempo passa e o "mal" deixa de ser tão negro e uns toques de cor-de-laranja começam a surgir! Tenho dito!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A felicidade exige valentia



"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."



Fernando Pessoa


Faço minhas as suas (sábias) palavras...


sexta-feira, 2 de maio de 2008

Dobrar a esquina?

Hoje dei por mim a pensar de onde vem a expressão "dobrar a esquina". Poderão pensar que é uma tremenda perda de tempo... mas não! Reparem: eu não posso dobrar uma coisa que já é dobrada!! Quanto muito, posso contornar uma esquina!
E qual é a magia de dobrá-la? Contorná-la?
É que nunca sabemos o que vamos encontrar do outro lado... muitas vezes ficamos com receio de continuar o nosso caminho porque, em frente, existe uma grande esquina que esconde o resto do nosso percurso. De facto, podemos voltar para trás ou pura e simplesmente parar onde estamos. E não ficaremos todo o tempo a pensar no que estaria do lado de lá?
Há uma semana atrás aconteceu-me algo similar. Fui passar uns dias à Madeira (eu sei... neste momento estão a pensar "que sorte"!). Pela primeira vez ganhei coragem para fazer uma levada (percursos pela natureza acompanhando os cursos de água). Até aqui nada de mais. Claro que era um percurso de alguns quilómetros e, como seria de esperar, depois de mais de uma hora de caminho, comecei a sentir o peso da idade (ok... o peso da falta de exercíco). Comecei a pensar que teria que fazer todo aquele percurso novamente para regressar. E pensei: "Que tal voltar já para trás? Já tive a experiência, já vi belíssimas paisagens... não falta mais nada!"
De repente, vislumbrei (ui!!) uma espécie de esquina....
Hum... o que será que encontro ao "dobrar a esquina"? (desisto... mesmo sem nexo a expressão é gira!).
E então decidi andar mais uns metros....


E ao dobrar da esquina... encontrei o paraíso!!



sexta-feira, 11 de abril de 2008

Segue, segue, segue...



- "Ainda falta muito para chegar?" - costumava perguntar eu quando era pequena e começava a ficar saturada da viagem de carro.


- "Está quase, filha. É logo ali!"
...
Pois é...


Os anos passaram e agora sei que o "agora ali" não era bem "agora" nem bem "ali". Certo é que esta frase funcionava na perfeição: renovava a minha energia, a minha paciência e o tempo passava bem mais rápido.


Neste momento, dou por mim a esticar o pescoço a tentar vislumbrar a meta da minha caminhada nos últimos dois anos.


Faz-me falta alguém que me diga "é logo ali", mesmo que continuasse a ser uma mentira. Seria a chamada "mentira piedosa" e eu não levava a mal!


Preciso de força... preciso que o tempo continue a passar rápido! Quero acabar a minha tese! Quero chegar bem rápido ao fim!


Agora sei é uma coisa: para a viagem acabar rápido não posso, de maneira alguma, inverter o sentido de marcha! Como eu costumo dizer "é sempre em frente!"


E citando os maravilhosos gatos:


"Segue, segue, segue..."

domingo, 6 de abril de 2008

Liberdade





Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

Sophia de Mello Breyner Andersen



terça-feira, 11 de março de 2008

Não posso pôr os phones por causa do piercing...

Cada vez mais me convenço que a minha escola é uma fonte de reflexão e/ou inspiração...

Passo a explicar... outro dia, estava eu a dirigir-me para a sala de professores, rodeada de grupos de alunos delirantes por estarem ali (pelo menos a aferir pelo tom de voz com que falavam entre eles) quando ouvi (sem querer, note-se!) um diálogo entre duas jovens.

- "Esta música é o máximo! Ora ouve!" - dizia uma aluna.

Ao que a outra respondeu:

- "Não posso pôr os phones por causa do piercing!!"

Realmente é uma situação dramática... ou ouve música ou mantém o piercingo na orelha...

Este episódio fez-me pensar (erro número 1!)... a vida pode ser de facto complicada. Todos os dias nos impõe situações em que somos obrigados a pensar e a decidir.

Como gelado de morango ou de chocolate? Uso saia ou calças? Telefono ou não? Outras vezes, as dúvidas tornam-se exponencialmente mais grandiosas: Escolho seguir engenharia ou economia? Compro casa ou não? Ponho piercing ou ouço música? (ups, desculpem, se calhar isto não é verdadeiramente importante...).

O certo é que, como seres existentes (perdoem-me a expressão mas era para aproveitar a célebre frase de Descartes) que somos, constantemente estamos a pensar. Vendo bem, só pensamos por dois motivos: por tudo e por nada! E é esse, quanto a mim, o verdadeiro drama: quando damos por nós a pensar em qualquer coisa, mesmo sem valor nenhum, quando perdemos tempo a decidir sobre situações que estão resolvidas à partida, quando desperdiçamos o nosso precioso tempo a pensar naquilo que ainda nem aconteceu. Eu falo por mim! Cerebrozinho pensador o meu...

Por isso lembrem-se: apesar de pensar ser uma qualidade só nossa, não percam demasiado tempo a fazê-lo pois, qualquer dia, em vez da já referida frase "Penso, logo existo", a nossa vida corre o risco de se transformar num simples "Penso, logo...." ... e nada mais acontece!

A vida é feita de escolhas difíceis, não é?


domingo, 17 de fevereiro de 2008

O amor acontece

Lá se passou mais um 14 de Fevereiro, o dia em que se celebra o amor, a paixão, o romantismo... o dia em que cada pessoa pensa na sua cara-metade de um maneira especial e única.

Por isso, foi com muita alegria que, num centro comercial do Grande Porto, decidi tirar uns minutos para observar o que se passava à minha volta (dava jeito estar no meu terceiro andar esquerdo, mas não se pode ter tudo). E o que vi?

Vi namorados de mãos dadas e olhares embebecidos a observarem as montras das lojas. Vi um namorado apaixonado carregado com um ramo de rosas (e outro, e mais outo, e mais outro, e mais outro, e...). Ups... afinal não havia um só namorado apaixonado preocupado em encontrar AQUELA prenda especial e única para o seu amor ("engraçado... neste dia todos os namorados estão em sintonia..."). Vi troca de olhares cúmplices enquanto escolhiam o que jantar num dos requintados restaurantes do dito shopping. Vi uma namorada a comprar um ursinho com um coração vermelho a dizer "amo-te" (e outra, e mais outra, e mais outra.... é lá! Isto está a tornar-se repetitivo!)...

Como vêem, constatei, in loco, "o dia em que cada pessoa pensa na sua cara-metade de uma maneira especial e única"... (sempre me disseram que a ironia era uma figura de estilo!)

Não pensem que sou contra o amor ou o romantismo. Nada disso! Simplesmente gostava que muita gente não esperasse por meados de Fevereiro para ver o especial que há na sua (seu) amada (o).

E para provar que não sou contra o amor (embora algumas pessoas não acreditem), convido-vos a visualizarem algumas cenas de um filme fabuloso que comprova que o amor "is all around".

Porque, quando menos se espera e onde menos se espera, o amor acontece... (e não é preciso esperar pelo 14 de Fevereiro!)

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Do Latim ridere...

Rir:
do Lat. ridere

contrair os músculos e as linhas da face de modo especial, por efeito de alegria ou nervoso;
manifestar ou emitir riso;
assumir expressão alegre;
gracejar...



Pois é... sempre me ensinaram a consultar um dicionário para desvendar o significado de uma palavra. Assim fiz.
Fazer algo de especial é sempre de louvar, logo "contrair os músculos... da face de modo especial" é realmente magnífico! Gosto muito de rir. É certo que já houve épocas em que me ri mais (segundo consta saía à mãe!). Hoje em dia, os meus músculos da face não exercitam tanto (também devido à mãe, mas isto não precisei que ninguém me dissesse...). Mas gosto de me rir.
A propósito deste hilariante tema, hoje (para quem não leu as letrinhas iniciais a cinzento, hoje é dia 9 de Fevereiro) faz anos uma "miúda muita" gira ("Parabéns mais uma vez Ângela!"). Essa "miúda" é uma espécie de irmã mais nova que eu conheço há já alguns anos, era ela ainda mais miúda.
Mas que relação tem a Ângela e o riso? Eu explico: é que ela tem um dos risos mais contagiantes que eu conheço. Por vezes, estou eu a subir para o meu "terceiro andar esquerdo" e ouço a sua gargalhada vinda de dentro do "primeiro andar dela". É uma gargalhada que ecoa por todo o prédio e que permanece dentro dos nossos ouvidos durante alguns minutos. Subo logo mais bem disposta. Às vezes dou por mim a sorrir (é um bocadinho diferente de rir, mas desta vez não me apeteceu ir ao dicionário) só de me lembrar da gargalhada dela.
("Mas onde é que este texto vai dar?": ler linha seguinte!)
Moral da história: "Quanto maior for a felicidade que espelhamos, maior será a felicidade que recebemos." Confesso que esta frase não saiu da minha massa encefálica (ui!!), daí as aspas, claro! Podia ser uma boa moral da história, mas não quero!
Com este pequeno e humilde testemunho, queria relembrar-me a mim mesma, que há muitos motivos por aí fora que me podem continuar a fazer sorrir... perdão... rir. Há muitos motivos que podem ecoar nos meus ouvidos tal e qual a gargalhada da Ângela e que me permitem prolongar por alguns minutos (anos??) a herança da minha mãe.
Tenho dito!



domingo, 3 de fevereiro de 2008

Então o rei morreu em Lisboa!



Outro dia, numa aula de Estudo Acompanhado (pronto... já descobriram que tenho aquela profissão maravilhosa que toda a gente critica, inveja, mas que ninguém quer ter!), na qual dou aulas com uma colega de História, falava-se da época do Rei D. Afonso Henriques e de como ele percorreu esse país de lés a lés. A dada altura uma aluna perguntou:

- Qual era a capital de Portugal nessa época?

Ao que a minha colega respondeu:

- Na altura, a "capital" era a cidade onde estava o rei. Logo, ia mudando sempre que o rei também mudava de cidade.

Conclusão, quanto a mim inteligente, da minha aluna:

- Então o rei morreu em Lisboa!!!

Depois de uma gargalhada da minha parte, fiquei a pensar naquilo...

Ora, se D. Afonso Henriques, descansa em paz em Coimbra, por que raio Lisboa há-de ser a nossa capital? E respondem os entendidos: "Ah e tal, mas Lisboa é a cidade mais desenvolvida, com mais infra-estruturas e tudo, e tudo, e tudo!"

Pois é exactamente isso que me apoquenta (sempre sonhei usar esta palavra num "local" público!). Será Lisboa a capital por ter tudo isso ou tem tudo isso porque é a capital? Isto parece uma pergunta um pouco parva e com resposta bastante óbvia, mas continuo eu: "Se Alijó fosse a capital, também teria as famosas infra-estruturas (leia-se centros de saúde e assim!)? E Anadia? E Lamego? E Peso da Régua?...

Por isso concluo eu: Não seria bem melhor, o rei continuar a percorrer o país para que a capital também fosse alternando? Teríamos um país homogéneo, com igualdade de ofertas e onde a frase "Portugal é Lisboa e o resto é paisagem" não fazia sentido de existir...

E ainda querem que eu não seja monárquica! Viva o Rei!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Toca a subir!


Vamos lá ver se é desta que consigo levar o meu blogue a sério e o trato como ele merece, ou seja, vamos lá ver se é desta que escrevo coisas razoavelmente interessantes de uma forma também razoavelmente frequente.

Façam o favor de subir as escadas e sejam bem-vindos ao meu terceiro andar...esquerdo!